top of page

Clemência


Conheço uma mulher chamada Clemência. Que tipo de gente coloca esse nome numa filha? Não podia dar certo, claro.

Ela tem dificuldade de identificar de onde vem o perigo. E tem o mau costume de tentar convencer os perigosos a reverterem o prejuízo.

Ilusão. Ilusão. Ilusão. Alguém consegue imaginar Cercei Lanister esperando que o Alto Septão se regenere?

Uma qualidade das mulheres malvadas é que elas só poupam (mais ou menos) aqueles a quem amam. Quando as amam direito. Quando não amam, elas detonam também.

Penso que isso é genético, no sentido grego da palavra, de Genos, origem. Nos dias de hoje, quem não é malvado precisa ser samurai. Em todos os sentidos.

Os clementes não têm o consolo da maldade e, em geral, não foram treinados para a disciplina espiritual.

Lembrei de Clemência porque hoje cometi vários erros de disciplina, no caminho do Zen. Não pratiquei o silêncio. Não me interrompi. Interrompi o Outro, sem considerar seus limites. E quase, quase pratiquei o Orgulho pelas minhas conquistas recentes.

Estou aqui, escrevendo no meu blog para recuperar meu equilíbrio. Duas formas de voltar para si mesma para quem não é malvada de nascença. Escrever e beijar.

As duas coisas dependem de silêncio e competência.

Últimos textos
Arquivo
bottom of page