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Agarrando Pueblo o Vampires de la miseria

Descobri que existem duas maneiras, para mim, de escrever nesse blog. O que me vem à cabeça e, depois, o que desejo mesmo contar. Primeiro escrevo tudo o que estou pensando, depois edito.

Ontem assisti a uma honestíssima (honestidade intelectual) Master Class de Luís Ospina. Eu nem sabia que existia um movimento cinematográfico chamado Caliwood, em Cali, na Colômbia. Nem um manifesto contra a pornomiséria. Eu me senti até culpada por minha ignorância! Ao mesmo tempo, fiquei reconfortada. Há 40 anos, já existiam pessoas que percebiam a exploração da miséria sul americana para satisfazer o apetite europeu por desgraças alheias!

Agarrando o povo” é um documentira engraçadíssimo, mas muito reflexivo. Bem filmado, bem dirigido, numa época em que não se falava ainda em falso documentário.

Foi bom para mim saber que não estou sozinha. No meu espanto diante de roteiros brasileiros que parecem acreditar que pobreza = marginalidade = drogas. Existe ainda, no Brasil, quem misture sociologia com ficção o tempo todo. Interessante isso. Talvez, essas pessoas não entendam o espírito de sobrevivência que faz com que a maioria evite a bandidagem de pobre. Aquela bandidagem que leva à morte precoce e à cadeia sem privilégios. Ou a bandidagem dos corruptos que acredita que a barra nunca vai pesar para o lado deles. E que a cadeira terá privilégios. É porque não conhecem cadeia. Privilégios custam caro na cadeia e a discriminação contra quem é ligado aos criminosos apanhados, finalmente, é terrível.

Enfim, entre pobres ou entre ricos, o que importa são as histórias, os personagens. Sociologia pode ser Verdade, mas temos a Arte para que a verdade não nos destrua. Sempre é bom lembrar.

Mais da Caliwood na Caixa Cultural até 09 de julho.

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