Diário da Peste 46
Gestão de talentos
Hoje falarei sobre Sexo na minha live. Mrs. Fletcher, The Deuce e Sex Education.
Minha satisfação em fazer lives está relacionada com a possível contribuição aos roteiristas e criativos em geral que me assistem. Desenvolverão projetos para apresentar à Conferência Internacional da EDS? Descobrirão coisas úteis para o seu cotidiano? Minhas lives contribuem, nem que seja um pouquinho, para a gestão do próprio talento de quem me assiste?
Penso que tudo na vida é gestão de talentos. Inclusive sexo.
Quero dizer tudo na vida de quem não é “espírito de porco”.
Aí é que entra minha dúvida sobre sexo pós pandemia. Ou nos próximos dois anos que nos restam de pandemia.
Para quem entende sexo como masturbação e pornografia ( imaginada ou assistida) será fácil. Essas atividades o vírus não atrapalha.
Mas sexo com beijo na boca? Difícil. Sem monogamia pressuposta? Dias contados.
O que vai ser do Tinder, do “Me beija que sou cineasta” e todos os blocos de carnaval e rodas de samba desse meu país?
O que vai ser da ficção televisiva ou filmada?
Vejam que não estou falando de amor, essa coisa que as pessoas pensam que é fácil de encontrar e exercer.
Estou falando de “beijo na boca”, aquele test drive tão importante na nossa cultura.
Pensando melhor, pode ser que essas dificuldades rendam séries e filmes ótimos. Masturbação, pornografia, as diferenças de posições sexuais, a relação sexo e prole, sexo e casamento, sexo e AIDS já renderam. Vamos ver o que conseguiremos com abstinência ou distanciamento compulsório.