SONIA RODRIGUES

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    19.01.2018

    Falta de noção

    Hoje fui ao aniversário de uma pessoa querida. É uma pessoa com quem não tenho intimidade, mas é alguém com quem partilhei ideais, a quem admiro como mulher, mãe, profissional.

    Cheguei, fui cumprimentada calorosamente por ela, pelo marido e pelo encantador marido de outra jovem mulher com a qual, até o dia de hoje, eu pensava ser era  unida por  uma  admiração recíproca.

    O marido da jovem a respeito de quem me enganei veio em minha direção acompanhado de  uma amiga (dele) que eu não reconheci, mas que me pareceu familiar. Fiz o que faço sempre quando esqueço o nome das pessoas, sorri e disse: oi, sou Sonia. Ela sorriu amarelo, não respondeu e deixou o rapaz bem educado fazendo sala para mim.

    A mulher dele chegou e a tal, a do sorriso amarelo, a monopolizou imediatamente, conversando, acompanhando até a mesa, ajudando a desabotoar o vestido para amamentar a adorável filhinha dos dois.  Aí, eu perguntei a ele, como é o nome dessa moça? E ele, inocente, respondeu quem era e minha memória voltou.

    Há uns cinco anos, nós havíamos sido apresentadas e ela quando soube quem eu era e a quem eu sou ligada disse irônica: ah, é você, já vi o filme todo! Como já fui uma idiota, não perguntei na hora: qual filme?

    Como até hoje ninguém me informou o que aconteceu entre ela e as pessoas em questão especulo: Algum rapaz ligado a mim frustrou suas expectativas de sexo? Alguma moça ligada a mim disse na lata: você tem uma fisionomia equina?

    Ela não recebeu – coitada! - educação doméstica suficiente para entender que pessoas com idade para ser sua mãe devem ser tratadas com urbanidade. Eu era aquela personagem do Jô Soares que leva dez anos para responder e na hora fica quieta. Deixei passar.

    Hoje é diferente: prometi a mim mesma fazer de 2018 o ano da simetria, então não deixo mais passar falta de noção. Falta de noção de perigo, falta de noção de futuro.

    Caso ela tivesse agido hoje, com urbanidade, eu continuaria deixando passar. Sei o que é ser jovem, desejar um homem gostoso e  não receber atenção. Sei o que é ser discriminada por jovens mulheres mais bonitas. Sou escritora, entendo tudo do ressentimento de “uvas verdes” e da raiva de ser esnobada por mulheres de unhas afiadas.

    O que não entendo é a injustiça de sonsamente constranger socialmente uma pessoa que não fez nada.

    Saí da festa constrangida, mas, felizmente, escrevo. É tão bom quando a gente é capaz de revelar para nós mesmos a pequenez de alguns seres que pensam não existir amanhã.

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