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Força de vida


Estou desde ontem tentando escrever sobre contatos, exposição, respostas, falta de respostas. Nas tentativas foi me dando um banzo, um cansaço das minhas repetições. Há pouco, conversei com uma pessoa empenhada numa jornada pessoal na busca de ser justa com ela mesma e com o mundo. Essa pessoa me disse, carinhosa e firme, que devo estar muito estressada porque estou me entregando à severidade em relação a mim mesma. É verdade. Essa é a minha tendência.

E aí minha força de vida que estava combalida voltou. E minha lucidez também. É bom ser uma pessoa que busca ajuda. Pelo menos, é bom ser uma pessoa gregária que tem lucidez suficiente para buscar ajuda.

Eu estava triste por minha tentativa mal sucedida de ser solidária com uma pessoa que está passando por uma situação dolorosa. Tentei sem considerar que existem pessoas que preferem a distancia, preferem permanecer com os seus e não aceitar a solidariedade de estranhos. Eu sou a estranha. E a pessoa a quem ofereci minha solidariedade (maldita mania!) não tem vocação para Blanche Dubois.

Estava triste também por me lançar na campanha para melhorar sonhos alheios quando algumas pessoas querem aprovação, não querem criticas e soluções. Por que expor minhas fragilidades às resistências alheias? Como não ficar desgostosa comigo mesma?

Ontem fui jantar com Igo, Douglas e Angélica e o cachorrinho que eles têm ficou a noite inteira em vigília do meu lado. E meditei antes de dormir e sonhei com o mar e durante o sonho alguém forjava um mantra para mim: Vai passar, vai passar, vai passar.

O que vai passar? Eu não sei. Tanta coisa que não passa. Coisas que fazem parte da história de vida, que fazem parte do que eu sou e do que os outros são.

Tendo a me expor muito no contato com as pessoas que me consideram estranha. Isso nunca dá certo e me distrai do prazer de conviver com pessoas que me colorem a vida. Além de me distrair da segunda coisa que faço melhor. Partilhar narrativas.

Fico feliz imersa na narrativa que flui fácil do meu inconsciente bem treinado. Treinado pela vida, pela alegria, pelos amores e pelas dores. Minhas histórias são meu talismã.

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