Samurai
Ouvi dizer que os samurais, da hora que acordavam a hora que iam dormir, dedicavam seu tempo à busca da perfeição no que faziam. Os gregos chamavam isso de Honra e Excelência.
A cultura samurai é masculina e o samurai servia a um senhor, o mais próximo, e, no topo da hierarquia , ao Imperador. No entanto, eu conheci várias mulheres Samurais em minha vida. Ajudei a formar algumas. Cuidei de várias.
Porque sinto que mulheres que têm honra e buscam a excelência merecem um tratamento especial. Porque essas mulheres, como os samurais, têm a vocação de servir. Não medem sacrifício para honrar os deveres, para servir às pessoas que amam, as pessoas que cuidam.
Nunca concordei com a ideia (Freud?) de que mulheres fortes são fálicas. Nunca concordei que aquelas que servem aos outros são masoquistas, mal resolvidas, sem alta de análise.
Ser forte, poderosa, samurai não significa ser controladora, manipuladora, subjugadora. Essas três qualidades têm relação com estilo de algumas mulheres poderosas, não com a categoria. Mulheres poderosas nem sempre marcham como soldados. Mulheres poderosas podem ser Cercei, Danerys. Samurais são Arya Stark , aquela que vinga o Norte, ou a senhora/menina que não fica em casa tricotando enquanto os homens lutam por ela.
Existe a Samurai Capitu (como na música de Luís Tatit), existe a Samurai que mira a vitória, o dever e aceita as consequências serenamente. Como a Lady Brienne.
Eu entendo a lógica das mulheres guerreiras. Cresci no meio delas. Me identifico mais com as que servem, as que marcham com tropas rumo a um objetivo. O jogo do poder não me atrai. A perfeição, a honra, sim.
Muitos homens não têm tesão por mulheres guerreiras. Outros têm tesão, mas não sentem o impulso de proteger, cuidar, tratar com carinho e respeito as guerreiras. Outros ainda, têm tesão, protegem, cuidam, mas, a longo prazo, aparam as garras dessas mulheres. Colaboram para que essas mulheres se tornem suas guerreiras de estimação. Triste. E as mulheres aceitam. Para ter um homem sob controle. Mais triste ainda.
O fim da honra e da excelência representa o fim da grandeza. Na vida, na guerra, no amor.
Fazer a guerra não é prazer, é necessidade. Às vezes, a honra nos obriga. Manter o “feminino com arte” faz parte do caminho da perfeição. Tem quem goste.