Bullying
Eu já sofri muito assédio moral. Pesado. Ser discriminada, estigmatizada, isolada, esnobada faz parte da minha história de vida. Quando era criança e adolescente, por crianças, adolescentes e adultos que se achavam no direito de ter opinião sobre a vida dos meus pais.
Mesmo adulta, volta e meia sou discriminada por gente que não aceita que, apesar de qualquer desvantagem, eu siga a consigna minha mãe: em frente e para cima, sempre. Esta é a vantagem de ser filha de uma Viking.
Em adulta, por gente como o Ruy Castro, o Roberto Kas e outros menos cotados, mas sempre sabedores de como se colocar junto a quem manda nos Quatro Poderes da República.
Eu nunca matei ninguém. Não foi por falta de motivos. Foi por falta de oportunidade e de coragem. Para minha salvação, aprendi a ser escritora antes de aprender a usar um revólver. Agora não adianta mais.
Para minha salvação, tenho meus 17 leitores, uns 50 amigos, gente que mesmo não partilhando as mesmas experiências fica feliz de estar do meu lado. Por isso escrevo e nunca atirei em ninguém.
Penso que é hipócrita as declarações de quem não percebe que os filhos perseguem com piadas maldosas (e ações?) os filhos dos outros. É hipócrita também os fãs desses pais ficarem se manifestando. Escolhendo bandidos.
Nada justifica matar. Eu concordo com isso. Por isso, escrevo ficção.
E nada justifica se divertir discriminando e perseguindo pessoas.
Não entendo escolher lados, ver só a versão de uns, justificar o injustificável. As pessoas fazem isso. Escolhem quem comete erros contra os outros. Erros graves. E depois ficam fazendo pose de juízes. No fundo, no fundo são cúmplices do que erram.
Por isso, não são escritores. São advogados de defesa, promotores, jurados. Juízes do FB.