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Para dificultar a vida das traças

Ryan Murphy entrevistou seus colaboradores entre a primeira e a segunda temporada de Pose. Está em Paley Fest. Uma frase de Billy Porter me tocou: “me acostumei a não ter expectativas altas para evitar decepções” (tradução minha).

Tenho um compromisso importante daqui a pouco e desisti de continuar deitada esperando a hora. Inclusive porque essa e outras frases da longa entrevista ficaram rolando em minha cabeça. Billy Poter disse também que “sucesso é feito de circunstâncias e preparação” (idem).

Gastar o tempo vago se preparando para as pequenas, médias, grandes chances que podem aparecer na vida. É claro que a pessoa que diz uma coisa dessas tem altas expectativas, apesar do medo de decepções.

Se não, mergulhava nas drogas, no sexo perigoso, na corrupção deslavada, na violência gratuita contando que Não chegasse o dia da “casa cair”. Mas a casa sempre caí. Os criminosos burros e os burros/ burros podem não saber disso, mas “a casa caí”.

Escrevo para atrapalhar o trabalho das traças. Imagino meu medo de decepção, medo de que minhas altas expectativas não se concretizem como uma roupa guardada. Na gaveta, fechada será comida pelas traças.

Agora se eu sacudir o medo bem sacudido, lavar mais uma vez a peça, estender ao sol das altas expectativas... Posso seguir em frente.

Afinal, se o projeto “Pose” foi apresentado (e recusado) cem vezes, por que eu entregaria os meus às traças?

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